terça-feira, 1 de outubro de 2013

Menino de 6 anos «obtém» autorização
na Argentina, com interferência
de Cristina Kirchner, para tornar-se «menina».
É o «bebé de Rosemary» do sindicalismo invertido
e dos politicamente correctos e fascistoides


Reinaldo Azevedo
Cheguei a achar que o adiantado da hora — passam das 6 da manhã — estava provocando alguma alucinação em mim e que não estava lendo o que estou lendo. Mas estou. Eu e todas as pessoas que eventualmente abordam a questão com sensatez distinguimos invertidos de gayzismo; invertidos de militância sindical. De um lado, estão indivíduos; do outro, prosélitos. Os primeiros, como toda gente, têm limites; os outros, como quaisquer fanáticos, não. Atenção! A Argentina, com a intervenção de Cristina Kirchner, acaba de admitir a existência, lá vai, da primeira «criança transgénero» do país. É isso mesmo: um garoto de seis (6!!!) anos chamado «Manuel» teve o nome oficialmente trocado por «Luana». A família está sendo assessorada por psicólogos (há mais psicólogos e psicanalistas na Argentina, acho, do que fãs do Messi) e, claro!, por entidades de defesa dos direitos dos invertidos.

É isto mesmo: essa gente toda, agora com o apoio do governo, está a dizer que uma criança de seis anos já tem discernimento para decidir que não quer ser menino, como nasceu, mas menina. Segundo a mãe, quando ele tinha 18 meses, balbuciou: «Eu, sou menina, eu sou princesa». E ninguém vai internar esta louca! Com que então, com um ano e meio, o seu bebê já se sentia uma… princesa!

Leiam resumo de reportagem de Lígia Mesquita, na Folha.

Volto em seguida. Lulu, aos seis anos, ainda surpreende os adultos que convivem com ela. Recentemente, falou com naturalidade para uma psicóloga: «Sei que não vai sair nenhum bebé da minha barriga e que eu não vou ter peito». E agora ela também sabe que o seu antigo nome, Manuel, ficará somente como uma lembrança do passado. E que, em breve, passará a ser Luana, o nome que escolheu há dois anos. Os pais da garotinha argentina conseguiram autorização do governo de Buenos Aires para que a filha trocasse a sua identidade no DNI, o RG da Argentina. Ela será a primeira criança transgénero a obter esse feito no país. Mas não foi fácil. Em Dezembro de 2012, o delegado estatal responsável pelos registos tinha negado a solicitação. A mãe de Lulu, Gabriela (ela não revela o sobrenome), decidiu então escrever uma carta à presidente Cristina Kirchner contando a história. A Presidência recebeu a mensagem e encaminhou o caso para a Senaf (Secretaria Nacional da Criança, Adolescente e Família).

Na segunda-feira, o delegado enviou uma carta ao governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, e em dois dias autorizaram o novo registo. A família de Lulu mora na Grande Buenos Aires. «O DNI é como um espelho. Se uma pessoa não se identifica ali, isso não é bom. Foi uma luta importante que vencemos», afirma à Folha um dos psicólogos da criança, Alfredo Grande. Para César Cigliutti, presidente da (Comunidade Invertida Argentina), a conquista de Luana é «emocionante». «É algo histórico conseguir um novo registo sem que tenha sido necessário recorrer à Justiça», diz. A entidade de direitos dos invertidos assessora a família de Lulu com tratamento psicológico e prestou acompanhamento jurídico no processo da nova identidade. Segundo Cigliutti, o governo aceitou o uso da Lei de Identidade de Género para promover a mudança, já que a legislação não define nenhuma idade para o reconhecimento de um transgénero. A psicóloga Valéria Paván, que também atende Lulu há dois anos, afirma à Folha que não foi preciso apresentar nenhuma avaliação psicológica da paciente. «Justamente porque essa lei procura a despatologização dessa questão».
(…)

Voltei

Veja. Há uma diferença gigantesca entre pessoas que lutam por direitos — e é legítimo que procurem ser felizes sendo o que são — e um movimento que se quer impor como uma cultura alternativa, ultrapassando todos os limites do bom senso e da razão. O que se vê no caso deste menino — E NÃO MENINA! — é um escândalo e uma violência, promovidos por uma família certamente desajustada e por militantes. Como pode testar qualquer especialista — com a provável excepção desses que assessoram os pais de Manuel —, uma criança de seis anos não tem ainda condições de fazer essa escolha. Pior: o garoto tem um irmão gémeo, o que certamente complica enormemente a identidade.

Qualquer objecção ao sindicalismo invertido é logo tachada pelos bocas de latrina de «homofobia», que é a forma clássica que têm os autoritários de tentar silenciar qualquer crítica. É bom não esquecer que, por aqui, o Ministério da Educação havia incluído, naquele famigerado kit, um caça-palavras para crianças (IV série) em que se mandava procurar o nome da pessoa que não está satisfeita com os seus genitais…

Seis anos! Se esse garoto se dissesse, sei lá, o Pikachu, então ele seria um Pikachu? Caso se considerasse um gato, cachorro ou papagaio, deveria ser tratado como tal? Caso se sentisse o Homem Aranha ou a Cinderela, assim seria? Igualmente encantador é saber que, na Argentina de Cristina Kirchner, uma decisão desta gravidade nem precisa de autorização da Justiça. Pode ser tomada na esfera administrativa. César Cigliutti, presidente da (Comunidade Invertida Argentina), acha isso «emocionante». E avança: «É algo histórico conseguir um novo registo sem que tenha sido necessário recorrer à Justiça». Em ditaduras, a Justiça costuma ser mesmo uma burrice. Cigliutti acha isso bom.

Sei que a história é asquerosa, mas não assustem o Caetano Veloso com comentários muito duros. Indivíduos invertidos, insisto, não têm nada com isso, e é evidente que os sensatos, como os heterosexuais igualmente sensatos, devem estar apavorados. Essa criança é vítima de uma família irresponsável, de militantes irresponsáveis, de psicólogos irresponsáveis e do governo de uma senhora não menos irresponsável.

É, pobrezinho!, o bebé de Rosemary do sindicalismo invertido e da era politicamente correcta e fascistoide.







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