sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Precisaremos de um imposto sobre o sexo?

Chuck Colson

Os políticos estão sempre a falar sobre impostos. Alguns deles querem cobrar mais dos ricos; outros querem elevar os impostos sobre o álcool e os cigarros. Mas estou a pensar num «produto para o consumidor» no qual nunca veremos um imposto: o sexo. Mas talvez devêssemos. O sexo — isto é, o tipo errado de sexo — está a aumentar as despesas do governo.

Num recente artigo, o especialista em casamento Mike McManus refere investigações sobre os elevados custos do sexo fora do casamento. Por exemplo, mais de 7 milhões de casais americanos vivem juntos sem estarem casados. Em cada cinco desses casais, quatro separar-se-ão sem nunca casarem oficialmente. Mas, escreve McManus, se eles tiveram um bebé, muitas dessas mães e filhos estarão em condições de cumprir os requisitos para receber do governo assistência médica gratuita, moradia, subsídios de creche e abono de família.

Depois, mesmo quando casais não casados se casam, de acordo com um estudo do Estado da Pensilvânia, sofrem índices mais elevados de divórcio do que os casais que primeiro não viveram juntos. Em média, cada divórcio envolve um filho. E tal como a mãe nunca antes casada, a mãe divorciada também está em condições de cumprir os requisitos para receber muitos benefícios governamentais. De acordo com a Fundação Heritage, escreve McManus, «13 milhões de mães solteiras com filhos custaram aos contribuintes 20 mil dólares, ou seja, 260 milhões, no ano de 2004». O total chega hoje provavelmente a 300 milhões de dólares, diz McManus.

E isto é só o começo.

Uma criança que nasce fora do casamento tem uma probabilidade sete vezes maior de abandonar a escola, de se tornar pai ou mãe na adolescência e de acabar na prisão. Essas crianças têm uma probabilidade 33 vezes mais elevada de sofrerem abusos graves.

E todos temos ouvido falar acerca dos elevados índices de DSTs afectando os adolescentes dos EUA — doenças que custam,  com o seu tratamento, milhões de dólares.

Portanto, talvez devêssemos considerar um imposto sobre o sexo sem casamento — taxando tudo, desde o simples encontro sexual casual de uma noite aos acordos de viver juntos. Tudo isso nos está a custar muito dinheiro. E tais impostos poderiam, aliás, saldar a dívida nacional.

Pondo de lado a piada, essas estatísticas dizem-nos que precisamos de fazer mais para baixar o índice de nascimentos de filhos ilegítimos — começando com a iniciativa de dar às adolescentes os meios de que precisam para dizer não ao sexo antes do casamento. Temos também de manter os pais numa posição em que prestem contas pelos filhos que ajudam a trazer ao mundo. E temos de preservar o casamento tradicional — pois redefinir o casamento significando nada mais do que um contrato entre duas ou mais pessoas de qualquer sexo destruiria ainda mais a instituição, com todos os custos resultantes depois.

Mike McManus, que é também o fundador da organização Marriage Savers [Salvadores do Casamento], tem mais algumas ideias: os estados devem criar comissões para incentivar o casamento, em vez de coabitação. As secretarias de assistência social de cada Estado, diz ele, têm de «fornecer informações sobre o valor do casamento na redução da pobreza e aumento de riqueza, felicidade e maior longevidade». E temos de exigir que as escolas públicas e clínicas de planeamento familiar que recebem financiamento do governo ensinem as crianças sobre os benefícios de longo prazo de se criar filhos dentro do casamento, em vez de coabitação.

Se fizéssemos tudo isso, poderíamos poupar centenas de milhões de dólares, escreve McManus. E ele tem razão. Eu desejaria que os candidatos políticos fossem suficientemente corajosos para assumirem a questão, mas sei que não o farão. O sexo é considerado o direito mais sagrado de nossa cultura pos-cristã.

Mas a evidência revela o que acontece quando o tiramos do contexto de casamento tradicional que Deus lhe deu: pobreza, doenças, miséria — e ainda impostos mais elevados para todos nós.